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Cobb-Vantress indica manejo de machos reprodutores para melhor desempenho

Entender a fisiologia dos machos ajuda a entender as melhores estratégias de manejo

Gabriel Novaes e Luciano Keske*


A fase de recria de machos reprodutores é de extrema importância para atingir bons resultados de eclosão. E a palavra-chave para este período é uniformidade, baseado em procedimentos e resultados Cobb. Ela é estratégica porque é quando se desenvolve o trato reprodutivo. Então, um bom trabalho de manejo neste momento tem impacto positivo ao longo de toda a vida produtiva do animal de maneira que, se houver algum desvio nesta fase, o animal não terá um bom desempenho e essa queda de resultado perdurará por toda a vida da ave.

É por isso que as primeiras 10 semanas são tão importantes, já que elas definem o número de células de Sertoli do galo. Quanto maior este número, maior a capacidade de produção de espermatozoides e o potencial fertilizante do macho. Nesta fase, as atenções devem estar direcionadas em atingir uma boa uniformidade e seguir as orientações do manual, pois, se os machos não chegam preparados da recria, a fase de produção não conseguirá recuperar as perdas, levando a atrasos de desenvolvimento ou até mesmo chegar em uma condição irreversível.

A fisiologia dos machos ajuda a entender melhor este quadro. Para começar, podemos explicar que ela se divide em três fases principais. Nas primeiras 10 semanas acontece a proliferação celular, que é quando o testículo se desenvolve em quantidade de células. Nesta fase, as células de Sertoli e de Leydig se multiplicam e aumentam de quantidade. Isso vale tanto para as células de suporte nutricional e estrutural, quanto para as células germinativas, que vão produzir os espermatozoides. É neste momento, em que o macho reprodutor ganha em quantidade, é quando se determina seu potencial de produção espermática.

A segunda fase, que vai da décima semana até a fase de transferência, é de diferenciação e maturação dessas células que se multiplicaram nas primeiras semanas. As células de suporte perdem o poder de se proliferar. Então, elas vão aumentar de tamanho e em complexidade para dar suporte nutricional, estrutural e hormonal para o início da espermatogênese. E a terceira fase, que vai da transferência até a maturidade sexual, é de aumento de estímulo luminoso, que será percebido pelo cérebro, momento em que ele enviará sinais hormonais para o testículo para a produção de maior quantidade de testosterona, estimular o processo final da espermatogênese e a formação dos primeiros espermatozoides. Este é o processo que determina a maturidade sexual.

Considerando ainda que o processo de monta nas aves é extremamente mecânico, vale ressaltar a importância de o macho ser esguio. O peito deve ter forma de V, com mais carne na parte superior, perto das asas. E não pode ter escore elevado, deve ser de 2,5 a 3,0. Então, entre as características desejáveis de um bom reprodutor, podemos destacar: bom desenvolvimento e boa coloração de crista e barbela; bom desenvolvimento e boa coloração da região cloacal e pericloacal; conformação de peito entre 2,5 e 3,0 de escore e ausência de defeitos musculoesqueléticos, como artrite, pododermatite e deformidades ósseas, entre outras.

Quanto à qualidade do sêmen, o aspecto seminal adequado deve ser branco e viscoso. A concentração espermática pode ter variações, então, usamos apenas a porção branca porque tem uma boa concentração de espermatozoides. Quanto mais aquoso estiver o aspecto seminal, mais diluída é a amostra e, consequentemente, menor é o seu potencial de fertilização. Portanto, a inspeção visual do sêmen é uma ferramenta interessante para determinar de forma rápida e não invasiva o potencial fertilizante do macho reprodutor.

A primeira consequência de uma queda da qualidade seminal é uma queda de eclosão, pois o número de penetrações no oócito necessárias para que ocorra um correto desenvolvimento embrionário inicial é significativamente maior do que a quantidade de penetrações mínimas para que ocorra a fertilização. Mas, podemos contornar os efeitos da idade sobre a performance reprodutiva com alternativas como controle de peso e escore de peito, uso de aditivos fitoterápicos, suplementação de antioxidantes, como vitaminas, ácidos graxos e aminoácidos, entre outros, além de manejo de spiking e inseminação artificial.

Manejo Podemos dizer que uniformidade, na fase de recria, é a palavra-chave. Os melhores resultados que tivemos vieram de um bom arranque de uniformidade. E, nessa linha, entregar um macho reprodutor com o peito em formato de V e escore de 2,5 a 3,0 são alguns dos desafios mais importantes do manejo de machos. Assim, mais uma vez, uniformidade. Ela é o caminho para atingir este objetivo.

A quantidade de alimento dessas aves também é um fator importante. Precisamos controlar o ganho de peso na recria, manter estímulos para machos grandes na 12ª semana, além de atenção com manejos como fleshing e trabalhar para ter uma boa uniformidade. Desta maneira, o momento mais desafiador na condução do lote é o período entre a 13ª e a 20ª semana, já que a puberdade é a fase que exige mais cuidados e é onde os desvios podem ser mais frequentes.

Nesta fase, é importante o criador trabalhar com avaliação de peito. É necessário sempre pegar o macho para ver como está o peito, trabalhando com o escore já mencionado de 2,5 a 3,0. Outro ponto que pode impactar o desenvolvimento destes animais é uma boa recepção. As aves devem estar bem distribuídas, não podem estar amontoadas. É importante ter um programa de abertura de cercado. Um desvio na recepção, que é o início, pode influenciar negativamente os resultados porque é aqui que está o nosso arranque. Um fator de atenção especial é o estresse das aves na fase de formação testicular. Se ele ocorre entre a 13ª e a 28ª semanas pode causar um completo apagão na função reprodutora.

Para a fase de produção, temos de estar atentos para ver se o macho não está roubando alimento da fêmea. Também é importante ajustar o espaço de comedouro conforme a idade, ajustar a altura do comedouro, a distribuição de ração, o controle de peso para não haver ganho exagerado e ter controle de peito.

Oito semanas Para as primeiras oito semanas, entre os pontos críticos, baseados em procedimentos e resultados Cobb, podemos destacar o bom desenvolvimento de ganho de peso aos sete dias, realizar a primeira seleção aos sete dias, separando as aves por voracidade e o objetivo de atingir 690 gramas na quarta semana. Este peso não pode passar de 720, 740 gramas. E também é importante eliminar machos com peso inferior a 20%.

12 a 16 semanas Entre a 12ª e a 16ª semanas, o produtor pode ajustar a curva de peso para recuperar a condição corporal dos machos pequenos, acelerar o consumo de ração e observar ganhos de três a quatro gramas por semana a partir da 12ª semana. Além disso, é importante estar atento ao desenvolvimento testicular, de manter estímulos para machos grandes e ter controle de peito entre 2,5 e 3,0 de escore. Já entre as semanas 20 e 24, a busca será para atingir uniformidades acima de 93%.

Produção Controle de peso, alimentação, uniformidade e controle de conformação do macho estão entre os desvios mais frequentes na fase de produção. O principal problema é que os machos se alimentam no período da manhã, quando o produtor não está observando. Assim, o macho rouba ração da fêmea e não é observado. Temos de estar atentos aos pequenos detalhes. A distribuição de alimento no comedouro passa despercebida, por isso é importante sempre observar se a distribuição de alimento está correta e se o espaço de comedouro para os machos também”.

Spiking e intra-spiking A partir da 40ª semana há uma redução natural da libido dos animais, por isso é necessário manter esse macho ativo baseado em quilos calorias por quilos de peso vivo. Entre as técnicas eficazes, estão a intra-spiking e spiking. “Colocar pelo menos 20% de macho novo no galpão. Caso contrário, o mais velho dominará o mais novo. O macho spiking deve ter pelo menos 25 semanas e peso mínimo de 4,1 quilos. A intra-spiking pode ser realizada a cada quatro semanas. Fazemos uma seleção para separar o macho. Colocamos os machos médios com médios, os leves com os leves e tiramos os machos mais pesados.


Sobre a Cobb-Vantress Líder global em genética avícola, a Cobb-Vantress é a empresa mais antiga deste setor com mais de 100 anos de mercado. Com sede em Siloam Springs, no estado de Arkansas, nos Estados Unidos, está presente em mais de 120 países e se consolidou como uma das principais fornecedoras de matrizes de frangos de corte e serviços técnicos para a avicultura. Para contribuir com o desafio de alimentar o mundo com uma fonte de proteína animal de qualidade, saudável e economicamente viável, a empresa promove investimentos robustos em pesquisas e tecnologias para fornecer genética de ponta e melhoramento contínuo. Para mais informações, acesse a nossa página www.cobb-vantress.com, ou as nossas redes sociais na América do Sul, como Facebook (www.facebook.com.br/cobbamericadosul), LinkedIn (www.linkedin.com/company/cobbamericadosul/) ou Instagram (www.instagram.com/cobbamericadosul).


*Gabriel Novaes é médico veterinário e Especialista em Reprodução Animal da Cobb-Vantress e Luciano Keske é médico veterinário e diretor Associado de Serviço Técnico da Cobb-Vantress para América Latina e Canadá (LatCan).

Assessoria de Imprensa: Márcia Midori (19) 99712.3224 E-mail: agronoticia@gmail.com





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