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Composto natural substitui antibiótico em criações de aves e suínos

As preocupações da população com a origem dos alimentos e a busca por produtos mais saudáveis crescem a passos largos. Na mesma velocidade, insumos químicos como os antibióticos adotados na produção animal perdem espaço, e alguns já são proibidos em mercados como o europeu. Foi aí que a 88 Agro Vetech enxergou uma oportunidade, ao desenvolver um bioinsumo capaz de substituir os antibióticos utilizados em aves e suínos.


Extrato de pinácea, orégano, alecrim, cravo-da-Índia e gengibre são algumas das matérias-primas usadas no composto natural da empresa especializada em soluções de bioeconomia, que investiu R$ 5 milhões em dois anos de pesquisa e desenvolvimento do produto.


A eficácia foi confirmada em análises realizadas pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), em Minas Gerais, indicando que o bioinsumo substitui de maneira idêntica os antibióticos e demais antimicrobianos que normalmente são usados para manter o equilíbrio do trato gastrointestinal dos animais.

Os antimicrobianos, que incluem os antibióticos, costumam ser utilizados nas granjas para prevenir e tratar infecções, além de promover o crescimento das aves, por exemplo.


Antônio Bertechini, professor e pesquisador na Ufla, conta que, ao longo do tempo, percebeu-se os riscos que os antibióticos podem causar à saúde, motivo pelo qual esta indústria parou de crescer.


"Já a indústria de produção de proteína animal foi chamada a atenção de que não poderia mais usar da mesma forma os promotores de crescimento. Sem os antibióticos nas rações, há uma perda de 5% a 10% no desempenho de ganho de peso das aves", explica o especialista. Com isso, há uma necessidade por parte dos criadores de animais por alternativas naturais.


Desempenho


No caso do produto da 88 Agro Vetech, batizado de TechFeed, o pesquisador afirma que a adoção do bioinsumo em testes com 1.000 frangos de corte machos, realizados em 2023, mostrou que o processo digestivo dos animais ficou mais harmonizado, o que se traduziu naturalmente em maior ganho de peso.


"A gente pesquisou todos os aspectos, se afetava a análise sensorial dos tecidos ou no aroma, sabor da carne, dos ovos, e não houve nenhuma alteração", acrescenta Bertechini.


Mais recentemente, em uma análise que terminou em agosto deste ano, o TechFeed foi utilizado como insumo em um experimento com 288 leitões da Granja Folhados, localizada na cidade de Patrocínio (MG), com o desafio de substituir o óxido de zinco.


Segundo João Antônio Zanardo, zootecnista e responsável por P&D da 88 Agro Vetech, existe uma demanda mundial para a redução do óxido de zinco na suinocultura. "Na Europa já é proibido. No Brasil o uso ainda é permitido, mas achamos que em algum momento pode vir um movimento neste sentido (de proibição)", estima.


O óxido de zinco acaba por ser um poluente quando entra em contato com a água ou a agricultura por meio dos dejetos dos animais.


Aprovação


O médico veterinário e cientista Eduardo Raele, foi quem levou o produto da 88 Agro Vetech para a Granja Folhados por meio do Projeto InsideSui, focado na promoção de novas tecnologias nacionais e internacionais para a suinocultura. Em geral, o óxido de zinco era usado como um insumo para redução da diarreia no período de desmame dos animais.


"Fizemos um trabalho de substituição parcial ou total nos leitões da granja e a resposta foi muito proveitosa. Não só no sentido de sanidade, mas como nos retornos zootécnicos e até financeiros", diz Raele.


O composto natural, segundo o especialista, ainda gerou uma redução de custo de R$ 38 por tonelada de ração tratada. Com esta bagagem de resultados, a 88 Agro Vetech foi aprovado pelo Ministério da Agricultura em setembro.

Zanardo acredita que é possível produzir de 200 a 300 toneladas de composto natural por mês e somente 300 gramas são utilizadas para o tratamento de uma tonelada de ração animal. Assim, o produto, que não tem nenhum outro concorrente no Brasil, entrou na mira de compradores internacionais.


"Estamos fechando negociações com países da Europa, América Latina e Estados Unidos. Para exportar, precisamos de alguns certificados, e já estamos trabalhando nisso também", afirma.


Empresa investiu R$ 5 milhões em pesquisa e desenvolvimento do produto — Foto: Divulgação


Fonte: Globo Rural

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