Com o desenvolvimento e o uso de tecnologias adequadas, um grande problema dos aviários, com os planteis crescendo a cada dia, é a destinação correta dos resíduos de incubatório. O que há muitos anos, no início da atividade, era jogado em lixões – a lei não permite mais essa prática - agora é transformado em adubos e fertilizantes, que podem ser utilizados na agricultura.
Os resíduos de incubatório são formados por ovos não eclodidos, cascas de ovos e pintinhos natimortos, reunindo, entre outros, nutrientes importantes para a agricultura, como o cálcio e o fósforo da casca dos ovos e os aminoácidos presentes na clara. Nesse sentido, a Embrapa Hortaliças tem importantes pesquisas que confirmam a riqueza da composição química dos resíduos – antes subutilizados - em um produto para fertilizar o solo.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal nº 12.305/2010, que é genérica para todo tipo de resíduo, dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos. Além disso, determina as responsabilidades dos geradores e do poder público, e os instrumentos econômicos aplicáveis. Em Minas Gerais, em janeiro deste ano, foi sancionada a Lei 24.674/24, que estabelece regras para a destinação de compostagem e seu uso como fertilizante, assim como a proibição do uso desses resíduos na alimentação de animais.
Recolhimento dos resíduos
Nos aviários, existem milhões de ovos, que, mensalmente, são colocados nas incubadoras e depois nos nascedouros, onde nascem os pintinhos. O processo gera um volume enorme de resíduos, desde cascas de ovos a ovos não eclodidos. Na Granja Brasília, de acordo com a coordenadora ambiental, Andréa Valadão de Lacerda, são produzidos, em média 100 a 120 toneladas de resíduos de incubatório por mês. Segundo ela, os resíduos são totalmente triturados, sem nenhuma separação, e não são aproveitados pela granja.
O mesmo acontece na Rivelli, onde são acumulados, mensalmente, cerca de 54 toneladas de resíduos de incubatório. De acordo com a gerente de Matrizes e Incubatório da Rivelli, Francilane Rodrigues Gomes, nada é aproveitado pela empresa. “Uma organização especializada recolhe tudo que é gerado e dá a destinação correta aos resíduos, sendo que nada volta para a Rivelli”. Nesse caso, a empresa que retira o material, sendo devidamente licenciada, transforma o resíduo em adubos e fertilizantes, contribuindo com a sustentabilidade e o desenvolvimento de um produto que pode ser utilizado na nutrição vegetal.
Granja Brasília e Rivelli não tiram nenhum benefício econômico para uso racional dos resíduos, ou seja, não há comercialização.
Foto: Divulgação Rivelli Alimentos
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